Fazia eu uma breve incursão pelos jornais desportivos na net, quando dou por mim a ler uma composição opinativa, que eles denominam de “crónica do jogo”, sobre o União de Leiria 0 x 3 Benfica.
Alem de outras, ficaram na retina estas preciosidades:
“…a U. Leiria não quis vencer, nem tentou…”;
“A União, sem Silas e Carlão, que rumaram a outras paragens, não teve em Leandro Lima o patrão do meio-campo nem em NGal o substituto do goleador brasileiro.”;
“A União limitava a ver o adversário jogar, uma equipa passiva e sem ambição…”
Para quem não viu o jogo, ao ler estas linhas, imagina uma partida sem interesse, onde uma equipa não quis jogar, e outra, a que ganhou, não por mérito mas por não ter qualquer tipo de oposição.
Como não foi este Leiria que vi, ou pensava ter visto, dirigi-me à parte das estatísticas para comparar números.
Chegado ao quadro, deparei-me com os seguintes resultados:
Posse de bola muito disputada (49% para 51%), com quase os mesmos toques na bola (579 para 582) e passes concretizados (421 para 437), onde até a percentagem de passes com êxito é praticamente idêntica (70% para 71%).
Os jogadores da União de Leiria cometeram 19 faltas e foram admoestados com 3 cartões amarelos.
Ganham em cantos (6 para 4) e tiveram mais jogadores apanhados em fora-de-jogo (8 para 1).
Só perdem na eficácia de jogo, efectuaram menos remates (4 para 17) que a equipa adversária.
Examinados os números, cheguei à conclusão que esta suposta crónica, não é, nem de perto nem de longe, um análise efectiva do jogo.
Habituado a estas discrepâncias opinativas, fui à procura da “crónica” referente ao jogo Porto 5 x 1 U.Leiria, para comparação.
Na prosa, nem uma menção às ausências de Silas (nem convocado foi) e Carlão (suplente). Apesar da goleada imposta pelo Porto, nem uma referência ao desempenho da União de Leiria, apenas elogios aos vencedores:
“Seduz, ataca, tritura e parte para outra.”
“A equipa não dá margem a hesitações e a palavra misericórdia também não faz parte do vocabulário azul e branco nesta noite.”
“Os leirienses continuavam sem se aperceber muito bem o que lhes estava a acontecer, esmagados pelo rolo compressor”
Vejam bem que até o “rolo compressor”, imagem de marca do Benfica campeão, é utilizado para elogiar a equipa andrade.
Fiquei desconfiado e fui analisar os números do jogo.
Em relação ao jogo com o Benfica, os jogadores da União de Leiria cometeram menos faltas (14), foram admoestados com menos cartões amarelos (2), tiveram menos cantos (5), tocaram muito menos na bola (394) e realizaram menos passes (300).
A diferença reside em mais remates à baliza (8).
Posto isto, apenas posso concluir que estas crónicas são apenas concepções caprichosas de quem quer forçosamente pregar o seu anseio, seja por recalcamento próprio ou por força de uma deliberação.
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